segunda-feira, 20 de abril de 2009
ARATICUM [ANONA CRASSIFLORA (ANNONACEAE)]
A. crassiflora é uma planta arbórea, pertencente à família Annonaceae, com a altura da árvore variando entre 4m e 8m e o diâmetro da copa chegando aos 4m. O tronco é geralmente tortuoso, variando entre 20 cm e 30 cm de diâmetro, revestido por uma casca áspera e corticosa resistente à ação do fogo. As folhas são crasso-membranosas, glaucas, coriáceas quando maturas e ferrugineo quando jovens (Lorenzi, 1998). A planta possui sistema radicular do tipo axial ou pivotante que atinge grandes profundidades (Carvalho, 2002).
A planta floresce, geralmente, entre os meses de outubro e novembro (Lorenzi, 1998). As flores são geralmente solitárias, podendo ser encontradas flores agrupadas, axilares, com pétalas engrossadas e carnosas de cor verdeamarelada e sedosas (Lorenzi, 1998).
O fruto, popularmente conhecido como marolo, araticum, araticum dos grandes e cabeça de negro é do tipo baga subglobosa, de superfície tomentosa e tuberculada, de cor verde com o fruto em desenvolvimento, e marrom, quando maduro (Lorenzi, 1998). A polpa é levemente adocicada e de cheiro agradável, podendo variar do branco ao amarelo, sendo que esse último tem sabor e cheiro mais acentuado e por isto é mais bem aceito pelo mercado (Carvalho, 2002). O fruto pode pesar de 0,5Kg a 5Kg, contendo de 60 a 190 gomos, em forma de cone, que dentro possuem, geralmente, uma semente. A frutificação tem início em novembro e a maturação se dá entre janeiro e abril, com um período curto de frutificação, mais ou menos de 14 a 16 semanas (Carvalho, 2002).
O potencial econômico do marolo como cultura foi calculado baseado no preço médio do fruto de R$ 3,00, na produtividade média de 10 frutos por plantas e na densidade de 357 plantas por hectare. O ganho bruto médio com a venda dos frutos é de R$ 12.495,00/ha/ano, podendo chegar a R$ 21.420,00/ha/ano caso o agricultor comercialize a polpa do fruto (Carvalho, 2002).
A casca que reveste o tronco pode ser empregada como sucedâneo da cortiça e a madeira pode ser empregada como caixotaria e miolo de portas e painéis (Lorenzi, 1998). A árvore de A. crassiflora, apesar do lento crescimento, é rústica, de pequeno porte e com raízes profundas, características desejáveis para a arborização de ruas estreitas.
Santos et al. (1996) descreveram a estrutura de um novo poliquetideo extraído a partir das sementes de A. crassiflora, denominado araticulina (1), que demonstrou, in vitro, citotoxidade contra células de carcinoma humano e contra células de melanoma humano.
Com todas as alternativas de uso da espécie, o cultivo da A. crassiflora é uma alternativa viável, principalmente considerando o uso sustentável dos recursos. Na região do cerrado a espécie pode ser cultivada em consórcio com outras espécies e também em áreas de preservação ambiental, garantindo renda ao produtor e impacto mínimo ao ambiente.
Outro ponto a ser considerado é o fato de a A. crassiflora nativa correr risco de extinção, devido ao desmatamento do cerrado. O repovoamento e preservação de reservas ainda existentes que tenham A. crassiflora possuem, além do valor econômico, um valor ambiental inestimável
Revisão por: Melo, D. L. B. Dormência em sementes de Annona crassiflora Mart. / Dissertação (Mestrado). Lavras : UFLA, 2005.
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